quinta-feira, 1 de abril de 2010
Filo dos Cnidários
O Filo Cnidário (ou Celenterados) está representado pelas hidras, medusas ou água-vivas, corais e anêmonas-do-mar.
Os cnidários são os primeiros animais a apresentarem uma cavidade digestiva no corpo, fato que gerou o nome celenterado, destacando a importância evolutiva dessa estrutura, que foi mantida nos demais animais. A presença de uma cavidade digestiva permitiu aos animais ingerirem porções maiores de alimento, pois nela o alimento pode ser digerido e reduzido a pedaços menores, antes de ser absorvido pelas células.
Com base no aspecto externo do corpo, os cnidários apresentam simetria radial. Eles são os primeiros animais na escala evolutiva a apresentarem tecidos verdadeiros, embora ainda não cheguem a formar órgãos.
No filo cnidário existem basicamente dois tipos morfológicos de indivíduos: as medusas, que são nadantes e os pólipos, que são sésseis (fixos). Eles podem formar colônias, como é o caso dos corais (colônias sésseis) e das caravelas (colônias flutuantes).
Nos cnidários existe um tipo especial de célula denominada Cnidoblastos (“células urticantes”), que apesar de ocorrer ao longo de toda a superfície do animal, aparece em maior quantidade nos tentáculos. Ao ser tocado o Cnidoblasto lança o nematocisto, estrutura penetrante que possui um longo filamento através do qual o líquido urticante contido em seu interior é eliminado. Esse líquido pode provocar sérias queimaduras no homem.
Essas células participam da defesa dos cnidários contra predadores e também da captura de presas. Valendo-se das substâncias produzidas pelos Cnidoblastos, eles conseguem paralisar imediatamente os pequenos animais capturados por seus tentáculos.
Foi a presença do Cnidoblasto que deu o nome ao filo Cnidários (que têm cnida = urtiga).
Tanto o pólipo como a medusa apresentam uma boca que se abre na cavidade gastrovascular, mas não possuem ânus. O alimento ingerido pela boca cai na cavidade gastrovascular, onde é parcialmente digerido e distribuído (daí o nome gastro, de alimentação, e vascular, de circulação).
Após a fase extracelular da digestão, o alimento é absorvido pelas células que revestem a cavidade gastrovascular, completando a digestão.
A digestão é portanto, em parte extracelular e em parte intracelular. Os restos não-aproveitáveis são liberados pela boca. Na região oral, estão os tentáculos, que participam na captura de alimentos.
As camadas de célula que ocorrem nos cnidários são: a Epiderme, que reveste o corpo externamente, e a Gastroderme, que reveste a cavidade gastrovascular. Entre a epiderme e a gastroderme existe uma camada gelatinosa denominada Mesogléia. Essa camada é mais abundante nas medusas do que nos pólipos e, por isso, as medusas têm aspecto gelatinoso, fato que lhes rendeu a denominação popular de "águas-vivas".
Observe o esquema abaixo:
Os cnidários são os primeiros animais a apresentarem células nervosas (neurônios). Nesses animais, o neurônio dispõe-se de modo difuso pelo corpo, o que é uma condição primitiva entre os animais.
Os cnidários apresentam movimentos de contração e de extensão do corpo, além de poderem apresentar deslocamentos. São, portanto, os primeiros animais a realizarem essas funções.
Nos pólipos, a capacidade de locomoção é reduzida, podendo ser do tipo "mede-palmos" ou "cambalhota". Nas medusas, a locomoção é mais ativa, sendo realizada por um mecanismo denominado jato propulsão: os bordos do corpo se contraem, e a água acumulada na fase oral da medusa é expulsa em jato, provocando o deslocamento do animal no sentido oposto.
Vide desenho:
quinta-feira, 18 de março de 2010
Filo dos Poríferos
O filo Porífero abriga animais aquáticos, geralmente marinhos, sem tecidos ou órgãos definidos e sésseis(fixos), e se encontram fixados ao substrato. Podem variar quanto à forma, cor e tamanho. O corpo é cilíndrico, oco, com uma abertura na região aérea, denominada ósculo e revestido por células pavimentosas, denominadas pinacócitos, as quais são interrompidas com algumas aberturas, denominadas porócitos. Estas propiciam a entrada de água contendo alimento e oxigênio, motivo pelo qual consideramos as esponjas como sendo animais filtradores.
As esponjas não possuem sistema nervoso e células sensoriais. Apesar disso, a maioria é capaz de se contrair quando submetida a estímulos fortes, transmitidos de célula para célula.
Internamente, na espongiocela, há células flageladas: os coanócitos, que permitem um fluxo de água contínuo nesta região, propiciando, inclusive, a eliminação de excreções e gás carbônico com a mesma. O alimento – partículas orgânicas e bactérias – fica preso em projeções localizadas ao redor do flagelo, onde pode ocorrer a digestão intracelular ou fazer com que seja direcionados para células denominadas amebócitos.
Entre pinacócitos e coanócitos há o meso-hilo, uma matriz gelatinosa cujas células, os amebócitos, têm capacidade de se diferenciar em qualquer um dos tipos celulares do indivíduo e têm condições de realizar digestão e distribuir os nutrientes para as outras células.
É nesta matriz gelatinosa, também, que se localizam as espículas, estruturas de sustentação das esponjas constituídas de carbonato de cálcio ou sílica. Algumas espécies com espículas de sílica podem ser, também, sustentadas por fibras flexíveis e de natureza protéica, constituídas de espongina. Há, ainda, representantes que possuem apenas tais fibras, sendo estas as esponjas utilizadas para banho.
Por regeneração de partes perdidas do corpo e formação de broto a partir da célula-mãe se dá a reprodução assexuada dos espongiários.
A reprodução sexuada pode existir, consistindo em fecundação dos espermatozóides (que se diferenciam a partir dos coanócitos) com óvulos (diferenciados a partir dos amebócitos ou coanócitos) no meso-hilo, resultando em uma blástula ciliada que, após algum tempo vivendo como componente do plâncton, se fixa a um substrato e se torna uma esponja verdadeira.
Apesar da maioria das esponjas ser monóica, há espécies dióicas, com sexos separados.
Observe o esquema detalhado de um Porífero:
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